Conferência de turismo criativo e industrial, um ano depois o que mudou?

Hoje recordo uma conferência de turismo criativo e industrial realizada a 31 de maio de 2017 em Bem Viver, uma conferência pioneira no concelho de Marco de Canaveses e que tinha como objetivo promover e servir de base para o desenvolvimento do turismo neste concelho.




A conferência promovida pela Junta de Freguesia de Bem Viver prometia ser o primeiro passo para a implementação de um novo tipo de turismo que já tinha sido implementado em Espanha e com resultados satisfatórios. A conferência foi dividida em duas partes sendo que na primeira parte contou com a intervenção da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, EPAMAC, EPA, EPCEP, Confraria do Anho Assado e Arroz de Forno, Confraria do Granito e o senhor Antunes.

Na segunda parte, teve como oradores a Dra. Aida Carvalho do Instituto Politécnico de Bragança, a Dra. Alexandra Alves da Câmara Municipal de São João da Madeira, a Dra. Ana Cláudia Vela da Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro e Alexandra Touza da Galiza "I'm local".

Nesta conferência marcou presença ainda a Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal bem como estudantes da área de turismo das diversas escolas do concelho e da região e populares curiosos.




Um ano depois decidi fazer este artigo para dar a conhecer o que mudou, o que se fez entretanto e em que estado se encontra o turismo criativo e industrial em Marco de Canaveses e Bem Viver, para esse efeito tenho a honra de entrevistar Dinis Cardoso técnico de turismo e mentor dessa mesma conferência.

Começava então por perguntar como surgiu a ideia de realizar uma conferência sobre turismo criativo e industrial?

 A Freguesia de Bem Viver recebeu um convite do município de Esposende para estarmos presentes num seminário internacional sobre o turismo industrial e criativo. Respondemos afirmativamente ao convite e fomos lá, gostamos do que ouvimos e resolvemos pegar na indústria do granito, têxtil e panificação e realizar uma conferência do mesmo tema.

Quais eram os objetivos da conferência?

 Os objetivos da conferência era alertar os empresários marcoenses, a Câmara Municipal de Marco de Canaveses e a população local que poderíamos fazer muito com a indústria e promover turisticamente o nosso concelho.

Qual era o passo seguinte após a conferência?

 O passo seguinte era começar a desenvolver o projeto reunindo os empresários, Câmara Municipal de Marco de Canaveses e os parceiros locais e começar a delinear o projeto.

O que faltou para que avançasse para a prática?

 Houve falta de empenho e que se optou pelo incerto em vez de apostar em projetos inovadores

O que poderia ser feito para recuperar o tempo perdido?

 Teria de haver empenho da Câmara Municipal e das juntas de freguesia do concelho, empresários e parceiros locais.

Qual seria o impacto ao nível local mas sobretudo concelhio e até mesmo regional?

 Iríamos tirar proveito dos turistas que passam no Douro diariamente, as empresas seriam beneficiadas e daríamos um impulso ao comércio local e regional


Podemos então dizer que foram opções políticas que inviabilizaram a concretização do projeto?

 As mudanças que ocorreram em outubro fizeram com que o projeto ficasse em stand-by

Como mentor da conferência, já alguma vez pensou em avançar por conta própria?

Já pensei várias vezes avançar. Mas sozinho não consigo implementar o projeto. Tenho de ter apoios que lutem ao meu lado pelo projeto

Está disponível para dialogar com as entidades autárquicas se estas se mostrarem interessadas?

 Sim, estou disponível para dialogar com as entidades autárquicas para dialogar sobre o projeto.

Como podemos verificar através desta pequena entrevista e retrospetiva do que se desenvolveu após a conferência, concluímos que tudo parou e não se deu o devido valor a um projeto com pés e cabeça, com estudo e impacto avaliados, com tudo para avançar mas que não avançou.

É caso para dizer que temos potencial, temos projeto, temos feedback mas necessitamos de interesse, de uma aposta firme na valorização do concelho e da região. 

São muitas as perguntas, muitos os impasses mas poucas as respostas e pouca a determinação.

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